[unisinos]
“Em cada pessoa há coisas boas. Nos casais homossexuais que eu
conheço há aspectos que eu admiro: sua luta, sua fé, sua generosidade.
Eu não discuto mais se há entre eles gestos de caridade e de bondade.
Alguns são extraordinários mensageiros de Jesus”, diz o cardeal francês Philippe Barbarin (foto).
Fonte: http://bit.ly/1d01yo7 |
A entrevista é de Loup Besmond de Senneville e publicada por La Croix, 25-05-2015. A tradução é de André Langer.
Eis a entrevista.
O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin,
reagiu aos resultados do referendo dizendo que a Igreja devia
“encontrar uma nova linguagem para falar com as pessoas” e “abrir os
olhos”. O que significam estes dois imperativos para a Igreja, para além
da Irlanda?
Parece-me que essa “nova linguagem” é uma referência ao fato de que
se distorceu, endureceu, estreitou a linguagem da Bíblia. Devemos
lembrar que a Palavra de Deus não é um conjunto de regras: ela é uma
palavra de liberdade, uma condição da liberdade. Sim, devemos “abrir os
olhos”, isto é, escutar, ouvir o desejo das pessoas homossexuais, não
dar-lhes as costas quando vêm ao nosso encontro. Nós devemos não apenas
dizer que elas são amadas por Deus, mas também mostrar-lhes o lugar que
elas têm na Igreja. A Igreja deve reconhecer que elas têm valor.
Como a Igreja pode promover seu ensinamento sobre o casamento, em sociedades em que ela é cada vez mais marginalizada? Ela não perdeu sua credibilidade?
Eu não gosto dessa palavra credibilidade: eu não procuro vender uma
mercadoria. Seu eu considero que a Palavra de Deus é iluminadora, é
preciso que eu a diga. Mas para que ela toque os corações, eu devo
compreender a pessoa que está na minha frente.
Muitas vezes, casais homossexuais vêm ao meu encontro, com toda a
sinceridade, me dizendo que foram machucados por padres, durante uma
confissão. Ao mesmo tempo, alguns veem que aquilo que vivem não é
conforme a Palavra de Deus e, contudo, se apresentam à Igreja como são,
vivendo seu compromisso um com o outro na sinceridade. Eu não discuto
isso, nem a autenticidade do seu desejo, mas eu lhes digo que há mais
vida e verdade na Palavra de Deus do que em seus desejos.
A Igreja não está tentando transmitir um discurso a qualquer custo.
Cabe a nós, cristãos, encarná-la, reconhecendo que não somos perfeitos e
que esta palavra também é válida para nós. Sem dúvida, é a isso que o
arcebispo de Dublin faz referência quando diz que nós vivemos em uma “zona cinzenta”, e não em um mundo “preto e branco”.
Isso significa que a Igreja deve reconhecer o que há de “bom” no casal homossexual?
Em cada pessoa há coisas boas. Nos casais homossexuais que eu conheço
há aspectos que eu admiro: sua luta, sua fé, sua generosidade. Eu não
discuto mais se há entre eles gestos de caridade e de bondade. Alguns
são extraordinários mensageiros de Jesus. Além disso, quando escrevo um
texto sobre o tema, muitas vezes o entrego para ser lido por pessoas
homossexuais, e mesmo quando não discordam de mim sobre o fundo, elas
têm a caridade de me assinalar esta ou aquela palavra que poderia
prejudicar desnecessariamente.
No entanto, quando me pedem uma bênção, eu não abençoo as uniões, mas
dou uma bênção a cada pessoa, individualmente. Nós rezamos juntos para
que o senhor realize o seu trabalho nos corações, e para que cada um
possa distinguir a vontade de Deus e não a sua.
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jbpsverdade: A Palavra de Deus afirma que Ele (Deus) abomina o homossexualismo, diz também que quem pratica o homossexualismo Deus abomina, ora, se Deus abomina, eu como filho de Deus devo abominar também. Veja o que diz Jesus... Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será
declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os
ensinar será declarado grande no Reino dos céus.
(Mt 5, 18s). Quem puder entender, entenda!
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