quinta-feira, 13 de julho de 2017

Robô “abençoa” comemorando Lutero e evocando ídolos

[lumenrationis]
Por Luis Dufaur

Protestantes aderem a robô 'BlessU-2' para comemorar Lutero

Há 500 anos o monge apóstata Martinho Lutero iniciou na Alemanha a maior e mais sangrenta revolução religiosa da era cristã. Ele fixou a seu bel-prazer dois imensos dogmas. 
Pelo primeiro, o da justificação, segundo o qual estamos todos salvos por Jesus sem necessidade de praticar boas obras nem de ligar para os Mandamentos.
Pelo segundo, o da livre interpretação, cada qual interpreta as Escrituras como bem entende. E, se nelas algo houver que não seja de seu agrado, arranque as folhas à vontade, como, aliás, Lutero fez para justificar seus vícios.
Se isso for verdade, entre outras consequências, o clero é dispensável. Um padre celebrar a Missa para tornar Deus propício com um sacrifício perfeito?
Estamos todos salvos. Não precisamos de nada disso. O ato religioso consiste em passar um bom momento em comunidade, cantarolar, chacoalhar, fazer banzé, segundo o gosto predominante na seita.
Também uma leitura da Bíblia e uma pregação arrumada do jeito que a turma gosta. O pregador? Qualquer um que se sentir inspirado, ou o mais velhaco de todos, e pronto!
E a bênção divina que concede o clero católico, padres e bispos?
Nada de bênção! Não tem mais clero e já estão todos salvos! Mas se o povo sentir falta e reclamar muito, fica confiado à esperteza do pastor/a inventar qualquer coisa. .
Na continuidade da pregação luterana, o jornal britânico “The Guardian” noticiou que na cidadezinha de Wittenberg a igreja protestante de Hesse e Nassau apresentou o robô BlessU-2 em comemoração pelo 500º aniversário da trágica revolta de Lutero.
O nome faz um jogo de palavras cuja sonoridade evoca a expressão “sejam abençoados”.
Segundo os fabricantes, no futuro os robôs puxarão as cerimônias religiosas nos templos protestantes.

Ecumenismo confunde as religiões que poderão ser 'servidas' por máquinas. Arcebispo Bernard Longley (católico) e bispo Martin Lind (luterano)
Ecumenismo confunde as religiões que poderão ser 'servidas' por máquinas.
Arcebispo Bernard Longley (católico) e bispo Martin Lind (luterano)
“Queremos que as pessoas percebam se é necessário que a bênção seja feita por uma pessoa ou por um robô”, explicou Stephan Krebs, membro da igreja evangélica de Hesse e Nassau ao jornal inglês. “A ideia é provocar um debate sobre nossa religião. O pessoal da rua acha engraçado”, acrescentou.
De fato, a bênção de um pastor/a é tão inoperante do ponto de vista da graça sobrenatural quanto a de uma máquina.
O robô de ar antipático possui uma tela no “peito” onde o crente pode selecionar a língua da bênção (alemão, inglês, francês, espanhol ou polonês).
Também pode escolher se quer uma voz masculina ou feminina.
Segundo o “The Guardian”, de momento o androide pode emitir sons, levantar os braços, acender luzes e reproduzir versos bíblicos.
O invento está em perfeita sintonia com o ateísmo de fundo que permeia o protestantismo e suscita no espírito católico uma aversão instintiva.
O BlessU-2 não é o primeiro “robô religioso”. Em 2016, um templo budista na área de Pequim desenvolveu um robô-monge que pode cantar ‘mantras’ e explicar dados básicos dessa religião satânica.
Esse robô não causou tanta impressão, pois os templos pagãos têm grande número de ídolos.
Santo Agostinho, em seu grande tratado intitulado Cidade de Deus, fala de ídolos nos quais o falso sacerdote escondido se fazia ouvir respondendo aos idólatras trapaceados.
Não pode se excluir que, com a protestantização crescente do culto católico, a diminuição do clero e o apagamento da fé, algum teólogo “ecumênico” apareça propondo testar o monstrengo para presidir assembleias ou cultos católicos.
Bastará acrescentar a função “católico”, “protestante”, “budista” ou alguma outra. Em rigor, até a “Igreja de Satanás” poderá pleitear seu ícone.
No fim, teremos ídolos instalados nos recintos sagrados, todos eles servindo uma religião universal de cheiro luciferino.
Aliás, algo similar à confusão universal das religiões que o grande sacerdote carmelita Beato Francisco Palau previu no século XIX que aconteceria num futuro que se parece com o nosso presente.


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